Perspectiva do Setor de Óleo e Gás Onshore e Offshore 2025

Conceito de operações onshore e offshore com hidrogênio

Perspectiva do Setor de Óleo e Gás Onshore e Offshore em 15 de Outubro de 2025

Brasília, 15/10/2025 – O setor de óleo e gás brasileiro registrou hoje movimentações estratégicas que reforçam a ambição de expansão das atividades de exploração e produção, tanto em terra (onshore) quanto em alto mar (offshore).

A combinação de debates regulatórios, novas licitações de blocos exploratórios e robustos investimentos na cadeia naval desenha um panorama de inovação, competição internacional e transição energética.

Marco Regulatório Offshore em Debate

Na manhã desta quarta-feira, a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados realizou sessão pública para debater o novo marco regulatório do setor offshore.

Autoridades do Ministério de Minas e Energia, técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), representantes de empresas concessionárias e especialistas acadêmicos se reuniram para apresentar posicionamentos e sugestões de aprimoramento do texto-base que será votado no plenário ainda em outubro.

 

 

 

Entre os principais pontos discutidos estão:

• Simplificação de licenciamento ambiental: proposição para unificar licenças de instalação e operação, reduzindo o tempo de aprovação sem perder critérios de avaliação de impacto marinho e costeiro.

• Incentivos fiscais e contratos de partilha: ajustes no regime de royalties e bônus de assinatura, visando tornar atrativas áreas de águas ultraprofundas, consideradas mais onerosas para exploração inicial.

• Transição energética e fontes renováveis: inclusão de dispositivos para estimular projetos de hidrogênio verde produzidos em plataformas offshore, além de estudos de viabilidade para energia eólica flutuante integradas às operações de petróleo e gás.

O presidente da comissão destacou que “o Brasil precisa de um ambiente regulatório previsível e ágil para manter a competitividade global, atraindo investimentos de grandes operadoras internacionais” e que “o fortalecimento de mecanismos de sustentabilidade será imperativo para alinhar o setor aos compromissos climáticos (Câmara dos Deputados – Comissão de Minas e Energia).

ANP Lança 275 Blocos em 11 Bacias Sedimentares

Também nesta data, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) anunciou a abertura de 275 blocos exploratórios para licitação, distribuídos em 11 bacias sedimentares brasileiras. A medida, que deve atrair bilhões de reais em investimentos nos próximos anos, contempla áreas onshore, águas rasas e águas ultraprofundas, e coloca em evidência o potencial dos seguintes cenários:

  • Bacia de Campos e Santos (offshore): novas fronteiras em águas ultraprofundas, com expectativas de reservas significativas de petróleo leve e gás associado.

  • Bacia do Recôncavo e Potiguar (onshore): áreas terrestres maduras, mas com espaço para projetos de recuperação avançada e injeção de CO₂ para elevar a recuperação de óleo residual.

  • Hidrogênio e gás natural: blocos selecionados para estímulo à produção de hidrogênio verde, aproveitando infraestruturas de gás para distribuição nacional e exportação.

O diretor-geral da ANP afirmou que “o leilão reflete a estratégia de diversificação energética do país, apoiando a transição para combustíveis de baixo carbono sem abrir mão do desenvolvimento das reservas convencionais” (ANP). A previsão é de que o evento de licitação ocorra ainda no primeiro trimestre de 2026, com empresas nacionais e estrangeiras apresentando propostas de assinatura de contrato.

Aporte de R$ 2,6 bilhões na Indústria naval

Em complementação às discussões regulatórias e exploratórias, a Petrobras divulgou ontem, 14/10/2025, um pacote de investimentos de R$ 2,6 bilhões voltado à retomada da indústria naval na Bahia. O programa inclui a construção de seis embarcações híbridas de apoio offshore, que combinam propulsão a diesel e sistemas elétricos com baterias de última geração, visando:

  • Redução de emissões de CO₂: queda estimada de até 30% nas emissões de gases de efeito estufa durante as operações marítimas.

  • Conteúdo nacional elevado: mais de 60% dos componentes dos cascos e equipamentos serão fabricados por estaleiros brasileiros, gerando transferência de tecnologia.

  • Geração de empregos: expectativa de criar 2.200 postos de trabalho diretos e 3.200 indiretos ao longo de todo o ciclo de projeto, construção e comissionamento.

O presidente da Petrobras declarou que “este investimento fortalece a cadeia de suprimentos nacional, revigorando estaleiros e reforçando nosso compromisso com a sustentabilidade operacional” (Petrobras).

Impactos e Tendências

A convergência dessas ações configura um cenário com impactos diretos para diversos segmentos:

  • Agilidade regulatória: o novo marco offshore pode reduzir prazos de licenciamento de até 24 meses para cerca de 12 meses, atraindo mais empresas ao mercado.

  • Transição energética: os incentivos a projetos de hidrogênio verde offshore sinalizam a evolução do setor de óleo e gás para uma matriz energética híbrida.

  • Fortalecimento da cadeia local: aportes na indústria naval garantem demanda contínua para estaleiros, siderúrgicas e fornecedores de equipamentos.

  • Competitividade global: leilões e regimes fiscais atrativos aumentam a participação de grandes operadoras internacionais, estimulando parcerias e joint ventures.

Analistas do mercado apontam que, caso as propostas regulatórias sejam aprovadas sem vetos, o Brasil poderá atrair até US$ 20 bilhões em novos investimentos até 2030, entre exploração, produção e infraestrutura de energia limpa.

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