PSO Bacalhau: MODEC e Equinor iniciam produção no pré-sal

A indústria de óleo e gás brasileira acaba de testemunhar um marco histórico: a produção do primeiro óleo do FPSO Bacalhau. Este evento, celebrado pela MODEC Brasil e sua parceira Equinor, sinaliza o início das operações de uma das plataformas mais aguardadas do pré-sal.

Mas o que torna este momento tão significativo não é apenas o volume de produção, e sim a engenharia disruptiva por trás dele.

Este “gigante dos mares” não é uma adaptação; é uma revolução em aço, projetada do zero.

Com 370 metros de comprimento e um design inédito, o Bacalhau não está apenas extraindo petróleo; ele está reescrevendo as regras da eficiência e da inovação offshore no país.

Um Novo Padrão de Escala e Sustentabilidade

Para entender a magnitude do projeto, os números falam por si. Com 370 metros de comprimento, o FPSO Bacalhau tem o tamanho de mais de três campos de futebol.

Esta é, de fato, a maior plataforma que a MODEC já construiu.

Esta escala colossal está diretamente ligada à sua finalidade: uma capacidade de produção de até 220 mil barris de petróleo bruto
por dia, um volume que contribuirá significativamente para a economia e a
segurança energética do país.

Como aponta Beatriz Corá, Engenheira de Planejamento da MODEC, a unidade é um “motivo de orgulho para todos nós”.

Ela destaca que o Bacalhau “combina o melhor de nossa expertise com as melhores tecnologias”.

No entanto, no cenário atual, tamanho não é tudo.

O verdadeiro desafio é aliar produção em massa com responsabilidade ambiental.

O FPSO Bacalhau enfrenta isso de frente: é um projeto moderno, projetado para ter “menos emissões” de gases. Este duplo
compromisso alta performance operacional e sustentabilidade é o que o posiciona
como uma verdadeira evolução dos FPSOs.

A Engenharia Invisível: O Segredo do “Design de
Casco Duplo”

A inovação mais impactante do FPSO Bacalhau não está à vista de todos. Historicamente, a maioria dos

FPSOs são conversões de navios-tanque existentes (VLCCs).

O Bacalhau quebra esse paradigma.

Jackson Peeris, Superintendente de Marinha da MODEC, explica a mudança: “É a primeira vez que a MODEC constrói esse navio”.

O projeto não adaptou um casco antigo; ele criou um totalmente novo, com um design de casco duplo FPSO e um “formato
único”.

Mas por que essa mudança é tão crucial?

Este novo design, descrito por Peeris como “mais
quadrado” em comparação com o tradicional formato de navio (“ship
shape”), resolve dois grandes desafios operacionais:

  • Capacidade de Armazenamento: O casco foi desenvolvido “especificamente para acomodar topsides MAIORES”.
    Isso permite que a plataforma suporte mais equipamentos de processamento e,
    crucialmente, armazene “muito mais óleo” do que os navios-tanque
    convencionais.
  • Estabilidade Superior: Em águas profundas e condições adversas, a estabilidade é fundamental.

O formato “mais quadrado” oferece uma estabilidade muito maior, fazendo com que o navio “não balance muito”. Mais
estabilidade significa operações mais seguras, maior eficiência e menos interrupções.

Esta decisão de engenharia torna o Bacalhau não apenas a
maior plataforma pré-sal em tamanho, mas uma das mais inteligentes em design.

#ONETEAM: A Expertise Humana por Trás do Aço

Uma máquina desta complexidade só ganha vida com uma equipe
de elite. O sucesso do projeto, filmado em Singapura em 2024, é um testemunho
da gestão de talentos e da logística humana por trás do aço.

Daniel Eller, Gerente de Pré-Operações, destaca um milestone fundamental:

“Nós conseguimos trazer já toda equipe que precisa… para
fazer a parte de pré-ops aqui em Singapura, e também todo o time que vai operar lá no Brasil também já está contratado”.

A força dessa equipe não está apenas nos números, mas na experiência. Eller revela um dado impressionante: “70% da equipe do
Bacalhau… [tem] com quatro anos de experiência, em média, nas posições”.

Essa vasta experiência prévia em outras unidades da MODEC é o que permitiu à equipe “atingir esse nível de completação”.

Não é uma equipe aprendendo em um projeto novo; é uma equipe de veteranos aplicando

seu conhecimento no maior desafio de suas carreiras.

Esse sucesso, como faz questão de frisar Eller, só foi possível graças a uma “parceria imensa” com a Equinor e todas as
equipes de EPCI (Engenharia, Comissionamento, Construção e Instalação).

O Futuro da Exploração Offshore Começa Agora

O FPSO Bacalhau é, portanto, mais do que um ativo de produção; é um símbolo da nova fase da engenharia offshore brasileira.

Ele prova que é possível aliar escala recorde com design
inteligente e sustentável. A MODEC, ao entregar este projeto, não forneceu
apenas um navio, mas sim um novo padrão para o futuro da exploração no pré-sal.

A jornada deste gigante está apenas começando.

Na sua opinião, qual será o próximo grande salto
tecnológico para o setor de óleo e gás no Brasil? Deixe seu comentário abaixo e
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